De Família Corsi
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Pilade Corsi
Décimo Marquês de San Pellegrinetto e Décimo Terceiro de Caiazzo
Pilade Corsi
Pilade Corsi em 1914
Marquês de San Pellegrinetto
Reinado 11 de maio de 1921 até 25 de fevereiro de 1975 (54 anos)
Predecessor Pietro Corsi
Sucessora Olga Corsi
Marquês de Caiazzo
Reinado 11 de maio de 1921 até 25 de fevereiro de 1975 (54 anos)
Predecessor Pietro Corsi
Sucessora Olga Corsi
 
Nascimento 28 de agosto
  Pietrasanta
Morte 25 de fevereiro (85 anos)
  Ribeirão Preto
Esposas Maria Cella
Descendência Maria Antonieta Corsi
Galdina Corsi
Nircina Corsi
José Corsi
Geni Corsi
Neide Corsi
Therezinha Corsi
Geraldo Corsi
Maria Aparecida Corsi
Olga Corsi
Casa Corsi
Dinastia Corsi-Bonamici
Pai Pietro Corsi
Mãe Teresa Graziani
Brasão

Pilade Corsi (Pietrasanta, 28 de agosto de 1889 - Ribeirão Preto, 25 de fevereiro de 1975) foi o décimo Marquês de San Pellegrinetto e o décimo terceiro de Caiazzo. Esteve a frente do Marquesado de San Pellegrinetto e Caiazzo tacitamente por cinquenta e quatro anos, sendo um dos que mais governaram e, juntamente de seu pai Pietro, organizou e participou da comitiva que trouxe o Rei Alberto I da Bélgica para a cidade de Ribeirão Preto em 15 de outubro de 1920.[1] Pelas suas contribuições, foi condecorado pelo município de Ribeirão Preto, que, através da Lei Nº. 11.778 de 07 de outubro de 2008 embutiu o nome de Pilade como nomenclatura de logradouro público ou próprio municipal. [2] [3] [4] [5]

Vida[editar]

Primeiros anos[editar]

Nascido em Pietrasanta em 28 de agosto de 1889, foi o quarto de oito filhos de Pietro Corsi e de Teresa Graziani. Ele imigrou com a família através do vapor Assiduità para o Brasil e chegou no porto de Santos em 02 de setembro de 1896 aos sete, ocasião em que a família se hospedou por alguns dias na Hospedaria dos Imigrantes de São Paulo, atual Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Lá ficariam alojados durante um período variável de cinco a oito dias até que a Sociedade Promotora da Imigração — formada por cafeicultores da época — intermediasse e inserisse a família para trabalhos na agricultura, uma vez que o afluxo de pessoas de diferentes nacionalidades direcionadas às lavouras de café só aumentava.

Foram nestas tratativas que o pai de Pilade, Pietro, foi apresentado a José Inácio da Costa Emboaba, um pequeno cafeicultor da cidade de Ribeirão Preto que recém havia herdado de seu pai Joaquim da Costa Emboaba uma pequena parte de terras de onde insurgiram muitas fazendas.

Em 1892, José havia vendido parte da sua herança, as fazendas Santo Antonio e Boa Vista para Antonio Barbosa Ferraz Junior e Santa Thereza para uma senhora chamada Francisca Silveira do Val, que aproveitando o ciclo da era do café criaram nelas grandes empreendimentos de cafeicultura. Inspirado por seus compradores, tentou desenvolver então a única fazenda que se manteve na sua posse, chamada Humaytá, e a redirecionou para a produção de café.

O negócio de José como fazendeiro e produtor ainda era embrionário, e Pietro foi uma das primeiras famílias acolhidas para o trabalho na lavoura, que fez dele muito próximo, a princípio, deste José. As tratativas foram bem sucedidas, e logo no mês de setembro de 1896, já estavam em Ribeirão Preto. Pietro já tinha experiência com agricultura, pois a própria família havia possúido na Itália algumas fazendas no passado, e, por isso, auxiliou José, sendo um de seus principais encarregados. Além disso, foi Pietro um dos fundadores da Colônia Emboaba, que foi responsável por receber os colonos que habitariam a fazenda de José.

A forma de pagamento também era diferente. Pietro recebia um salário fixo anual e mais uma quota na ocasião da colheita do café, que era variável. Além disso, tinha direito ao cultivo de pequenas áreas ao entorno da colônia Emboaba para proveito próprio e de sua família, além do uso da terra, onde construiu casas de colônia.

Os filhos de José foram criados juntamente com os filhos de Pietro, pois tinham a mesma idade, e foram muito amigos. O tempo fez com que os laços entre as duas famílias se tornasse ainda mais forte, quando em 11 de fevereiro de 1899, a esposa de Pietro, Teresa, faleceu ao dar a luz o filho caçula Luigi Corsi. Após a morte de Teresa, o dito José, compadecido pela perda, ajudou a terminar de criar as crianças, incluindo Pilade.

Pilade foi matriculado pelo dito José em uma escola militar, lugar em que aprendeu da cultura brasileira e da língua portuguesa, e tratou José de introduzir a família nos costumes da cidade, inscrevendo o pai dele, Pietro, no Partido Republicano Paulista (PRP) da cidade de Ribeirão Preto em 1898, onde Pietro passou naquele tempo a se dedicar ao domínio da língua local e a adaptar-se a cultura. Aos poucos Pietro galgou seu espaço dentro do partido, sendo um dos poucos italianos da cidade a conquistarem tal privilégio. Ele aparece, inclusive, em uma fotografia tirada com os líderes do partido, e isso possibilitou que seus filhos, também, ganhassem maior relevância na cidade e se inserissem em um contexto mais aristocrático.

Adolescência e início da vida adulta[editar]

Foi assim que ele conheceu e se casou com Maria de Cela, uma bela jovem filha de espanhóis da cidade de Caçapava, em 10 de outubro de 1913, ele aos vinte e quatro e ela aos dezoito anos. Ela era descendente das famílias espanholas Pardo de Cela e dos Bazán.

A juventude de Pilade foi bastante boêmia como a do avô dele Angiolo Corsi, aparecendo em uma foto da família Fregonezzi de 1914, qual guardou uma cópia. Foi ainda muito apegado aos seus irmãos e, além de ter batizado uma de suas filhas com o nome de uma irmã, tentava a todo tempo estar perto deles, mesmo quando a distância tornava empecilho. Era relembrado por ter tido muitos encontros e aventuras com o irmão Enrico Corsi, que vinha de São Paulo para Ribeirão Preto só para visitar Pilade, assim como Pilade viajava a São Paulo para encontrar-se com ele. A maior história que se têm desses encontros foi quando Enrico caiu no Rio Grande e perdeu boa parte dos bens e dinheiro que trazia consigo, e das noites em que ele e Pilade bebiam juntos. Foi provável desta vida de folia que Pilade adquiriu vício em álcool.

Quase sempre nesta época era visto também acompanhado de um dos filhos de José Inácio da Costa Emboaba, João Emboaba da Costa, que foram muito amigos. Este dito João Emboaba da Costa foi político e vereador de Ribeirão Preto múltiplas vezes.

Em 1917, a família Emboaba, na figura de João, readquiriu de Antonio Barbosa Ferraz Junior as fazendas Santo Antonio e Boa Vista que antes haviam sido vendidas no início da década de 1890 pelo pai de João, José. A partir de 1917, então, João Emboaba da Costa toca as fazendas e os negócios deixados por Ferraz, mas, com o início do recesso da era do café, decide apostar também, em paralelo, no plantio de outras benfeitorias como o algodão, deixando Pilade como encarregado de suas fazendas, que assim permaneceu entre as fazendas Santo Antonio e a Colonia Emboaba na Fazenda Boa Vista.

João Emboaba da Costa montado em seu cavalo em 1910. [6]

É, neste cenário, juntamente com João Emboaba, que organizam a comitiva que recebeu o Rei da Bélgica, Alberto I, na cidade de Ribeirão Preto em 15 de outubro de 1920, herói da primeira guerra mundial. João, que já era fazendeiro, político e bem sucedido empresário de Ribeirão Preto, sabia que o rei estava na Fazenda Guatapará desde o dia 08 de outubro de 1920. Convidou-o, por tanto, para conhecer Ribeirão Preto.

No dia 10 de outubro de 1920 o Rei visitou a cidade, recepcionado por João Emboaba da Costa e seu encarregado Pilade Corsi em sua fazenda Santo Antonio. Juntos percorreram vários pontos da cidade: campo do Comercial Futebol Clube onde assistiram uma partida entre o Comercial e o Juventus, e o Hotel Central – local hoje onde está o Teatro Pedro II – onde houve para ele uma breve recepção, que discursou o Prefeito João Guião. Uma das fotos da ocasião tiradas para o álbum de João Emboaba da Costa foi doada para a prefeitura de Ribeirão Preto, e, em outra, Pilade, que estava com 31 anos, aparece logo ao lado esquerdo do Rei Alberto I, em um terno branco. [7]

Ao centro, segurando flores, está o Rei Alberto I da Bélgica, e a sua esquerda em terno branco está o Marquês Pilade Corsi.

No ano seguinte, em 10 de maio de 1921, o pai de Pilade decide se mudar para a cidade de Olímpia em busca de novas oportunidades, e Pilade continua como encarregado das fazendas de João. O Mapa da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo de 1925 revela que João conseguiu manter as terras sem qualquer crise até aquele ano.

Mapa da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo de 1925, Folha de Ribeirão Preto, revela que em 1925 as estruturas criadas por Antonio Barbosa Ferraz Junior ainda se mantinham, mesmo com o advento do início da industrialização da cidade. Fazenda Santo Antonio, Boa Vista e a Colônia Emboaba aparecem mencionadas no mapa, bem como a fazenda Humaytá, que nesta época ainda pertencia a João Emboaba da Costa

Decadência e últimos anos[editar]

Por volta de 1930, ao entorno dos seus 40 anos, Pilade estava sentado em uma cadeira de balanço com um palito na boca, e, no incurso da tragédia, acabou engolindo o palito que perfurou sua garganta. Ele sobreviveu ao incidente, mas seu rosto terminou deformado por um inchaço desproporcional na parte baixa da mandíbula e garganta, que lhe deram um aspecto singular e o acompanharam por todo o restante de sua vida. Como consequência do acidente, ele também perdeu a fala, e passou, pouco a pouco, a se tornar uma pessoa mais emburrada e carrancuda. [8]

Sem a habilidade de se comunicar plenamente, Pilade se viu cerceado, reprimido, e assolado por um passado ilustre que a partir de então seria só lembrança. Seu status social caiu, assim como o de sua família, e mesmo estando ainda a frente da administração das fazendas de seu amigo João, não houveram muitas oportunidades que ele pudesse aproveitar depois que se acidentou.

Fotografia de 1925 mostra a colheita do algodão na fazenda Santo Antonio em Ribeirão Preto.

Ao entorno de 1950, João Emboaba da Costa desfaz de suas terras, que são vendidas e arrematadas em conjunto, posteriormente destruídas e transformadas em lotes de bairro, donde insurge as atuais localidades do Alto da Boa Vista, Jardim Califórnia, dentre outros. Pilade, então, com a venda do imóvel e sua consequente arrematação, teve que desocupar o lugar, ocasião em que teve de realocar para viver com seu filho José Corsi na Vila Virgínia. A construção de tudo que havia feito, e todos os anos dedicados por ele e sua família àquelas fazendas haviam então chegado ao fim, e somado a toda à lista de infortúnios que já o havia acometido, para ele esta foi a cereja do bolo, pois o deixou desabrigado no início de sua velhice, logo ele que sempre foi independente e o esteio de sua família.

Viveu, então, da década de 1950 até 1970, por vinte anos, na dependência de seus familiares, e acabou por se entregar a raiva e ao vício do álcool que nutriu desde novo, embora por vezes pudesse ser um pouco afetivo. Seus netos, que quando nasceram Pilade já estava acidentado e infeliz, só o conheceram em sua pior forma e o retratam como uma pessoa emburrada, que batia neles com sua bengala quando passavam. Talvez fosse essa sua forma de demonstrar afeto por eles.

Já próximo ao fim da vida, na década de 1970, era possível encontrar Pilade da mesma maneira, com blusa de botão, chapéu na cabeça e segurando sua bengala, reflexo do que achava elegante baseado em seus parâmetros nutridos na juventude. Não obstante, a ferida em sua garganta agravou, e acabou desenvolvendo um câncer de garganta. Ele se comunicava exclusivamente por gestos.

Relato de Elaine de Souza, filha de Maria Aparecida Corsi, tomado em 04 de agosto de 2023, sobre a velhice de Pilade e o câncer que enfrentou na garganta.

Ele faleceu em 25 de fevereiro de 1975 aos oitenta e cinco anos na residência de José Corsi, na Vila Virgínia, vítima de insuficiência cardíaca, e foi sucedido pela viúva Maria, que ainda era viva com setenta e nove anos de idade, e pelos filhos vivos Maria Antonieta, Galdina, Nircina, José, Neide, Thereza, Geraldo, Maria Aparecida, e Olga, a filha caçula. [9]

Legado[editar]

Após sua morte, foi condecorado pelo município de Ribeirão Preto através da Lei Nº. 11.778 de 07 de outubro de 2008 que, através do Vereador José Nillo Coraucci Netto, embutiu o nome de Pilade como nomenclatura de logradouro público ou próprio municipal, vindo a se tornar, posteriormente, o nome da Rua A-12 que se localiza no Bairro Jardim Progresso. Tal homenagem foi a primeira feita à família Corsi no Brasil desde a imigração da Itália em 1896, e estabeleceu os Corsi de Ribeirão Preto como família influente e presente na história da cidade.

Títulos e Honrarias[editar]

Títulos[editar]

  • 10 de maio de 1921 - 25 de fevereiro de 1975 - Marquês de San Pellegrinetto
  • 10 de maio de 1921 - 25 de fevereiro de 1975 - Marquês de Caiazzo

Honrarias[editar]

  • 07 de outubro de 2008 - Rua Pilade Corsi na cidade de Ribeirão Preto.

Ancestrais[editar]

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giovanni III Corsi
 
 
 
 
 
 
 
Arcangiolo Corsi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Domenica Fini
 
 
 
 
 
 
 
Angiolo Corsi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jacopo Panciatichi
 
 
 
 
 
 
 
Giuditta Panciatichi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mattea Evangelisti
 
 
 
 
 
 
 
Pietro Corsi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Costanzo Giovannini
 
 
 
 
 
 
 
Antonio Giovannini
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Francesca Capponi
 
 
 
 
 
 
 
Maria Anna Carolina Giovannini
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giovanni Battista de' Ricci
 
 
 
 
 
 
 
Francesca de' Ricci
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bartolommea Federighi
 
 
 
 
 
 
 
Pilade Corsi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Francesco Graziani
 
 
 
 
 
 
 
Giovanni Antonio Graziani
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Angiola Cortigiani
 
 
 
 
 
 
 
Vincenzo Graziani
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giuseppe de' Bardi
 
 
 
 
 
 
 
Chiara de' Bardi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chiara Viviani
 
 
 
 
 
 
 
Teresa Graziani
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ignazio Boni
 
 
 
 
 
 
 
Francesco Boni
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Angiola Niccolini
 
 
 
 
 
 
 
Verona Fortunata Boni
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giambattista Panciatichi
 
 
 
 
 
 
 
Angiola Panciatichi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Basaria Magalotti
 
 
 
 
 
 

Referências

  1. Corsi 2022, p. 633-634.
  2. JusBrasil (2008). «Parágrafo 1 Artigo 1 da Lei nº 11.778 de 07 de Outubro de 2008 do Munícipio do Ribeirao Preto». Consultado em 24 de fevereiro de 2023 
  3. JusBrasil (2008). «Lei nº 11.778 de 07 de Outubro de 2008 do Munícipio do Ribeirao Preto». Consultado em 24 de fevereiro de 2023 
  4. Câmara Municipal de Ribeirão Preto (2008). «Pauta de Sessão» (PDF). Consultado em 24 de fevereiro de 2023 
  5. Câmara Municipal de Ribeirão Preto (2020). «Edital 65 de 2020» (PDF). Consultado em 24 de fevereiro de 2023 
  6. Corsi 2022, p. 627.
  7. Corsi 2022, p. 632-634.
  8. Corsi 2022, p. 634-638.
  9. Corsi 2022, p. 638-640.

Bibliografia[editar]

Fontes primárias[editar]

  • Gillmore, Inez Haynes (1958). Dear Olga (em inglês). Scituate: [s.n.] 

Ligações Internas e Externas[editar]

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